Paraná e HUM são destaque na captação de órgãos para transplante
Homenagem aos representantes das CIHDOTT do Paraná |
O Paraná é o primeiro colocado entre os estados brasileiros
na doação de órgãos e tecidos para transplante. Para saber mais sobre esse
ranking, já que o Hospital Universitário de Maringá (HUM) tem influência nesse
resultado, conversamos com a coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação de
Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), a enfermeira Rosane Almeida de
Freitas.
Há um longo tempo o HUM tem trabalhado com a sensibilização
das famílias que utilizam o serviço hospitalar. Prova disso é a homenagem
recebida por Rosane e sua equipe no Palácio Iguaçu, sede do Governo do Estado,
em Curitiba. A certificação foi uma iniciativa da Central Estadual de
Transplantes (CET/PR) juntamente com o Governo Estadual para homenagear as
comissões que trabalham com o acolhimento e entrevista das famílias
responsáveis por potenciais doadores de órgãos para transplante.
A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO)
divulgou que o Paraná ultrapassou os índices de doações nacionais,
posicionando-se em primeiro lugar entre as unidades federativas do País. O
Estado ficou, ainda, acima da média de países como a Espanha, que ocupam as
melhores colocações mundiais quando se trata de doação de órgãos. Os estados
de Santa Catarina e Ceará ficaram, respectivamente, em segundo e terceiro lugares.
O índice paranaense de doação de órgãos contabiliza 51,1 por milhão de
pessoas.
São 62 comissões que fazem este trabalho no Paraná, todas
inseridas em instituições hospitalares que possuem leitos de Unidade de Terapia
Intensiva (UTI). “Nosso trabalho, dentro da comissão, está, principalmente, em
sanar dúvidas, esclarecer a família sobre todo o processo, desde a gravidade do
paciente, quando este é admitido no hospital, enfim, dar todo esse suporte”, disse a Rosane Freitas, que recebeu a homenagem, em
Curitiba, no dia 13, das mãos da coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Paraná, Drª
Arlene Terezinha Carol Garcia Badoch (foto, ao lado).
Processo – A coordenadora também informou que a CIHDOTT não
permanece com os familiares das vítimas única e exclusivamente pela doação. O
trabalho consiste, em seus fundamentos, no fornecimento de suporte àquelas
pessoas. A formação da comissão é baseada numa equipe multidisciplinar, ou
seja, é composta por assistentes sociais, psicólogos, médicos e enfermeiros,
que prestam apoio, tanto emocional como médico, aos pacientes. “Na verdade, todos
os profissionais do hospital estão envolvidos, se não direta, indiretamente, em
alguma parte do processo”, destacou Rosane.
A enfermeira explicou, também, que o apoio aos familiares se
dá a partir do momento que se identifica um paciente em “coma irresponsivo” –
um tipo de coma que não tem resposta do indivíduo. Esse é um indicativo de que
o cérebro pode não estar funcionando. Para confirmar isso, a chamada de morte
cerebral, precisam ser realizados, por lei, alguns exames por médicos
capacitados e especializados.
“Os exames mostram se o paciente está em morte encefálica.
A equipe entra em contato com a família do paciente
para esclarecer todas as dúvidas possíveis. Depois desse processo, é realizada
entrevista familiar para averiguar se a família permite que os órgãos sejam
doados”, descreve a coordenadora da CIHDOTT do HUM.
Rosane com representantes de outras CIHDOTT do Paraná |
Segundo ela, o foco
do Hospital está no acolhimento familiar. “A partir do momento que a família
está esclarecida e acolhida, com todas suas dúvidas sanadas, eles se sentem à vontade
para realizar a doação. No Brasil, nós tínhamos um alto índice de recusa
familiar. Esse índice vem mudando a cada dia. De alguma forma, vemos que a
doação é uma forma de conforto no momento de luto”, concluiu Rosane Freitas.
De janeiro a maio de 2018, 73% das famílias entrevistadas
autorizaram a doação de órgãos e tecidos, dentro do HUM. Foram captados 28
órgãos e tecidos a partir da autorização das famílias doadoras.
* Reportagem com colaboração do estagiário Guilherme Vinícius Perusseli.
* Reportagem com colaboração do estagiário Guilherme Vinícius Perusseli.
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