Equipe de atendimento do HUM pede apoio à população
Foto: Fernanda Fukushima |
O fluxo de atendimento dentro do Hospital Universitário Regional de
Maringá (HUM) é um tema que precisa ser discutido com a comunidade. Muitas
pessoas desconhecem como ele funciona e isso pode geram problemas na qualidade
do cuidado com a população. Para esclarecer essas questões, conversamos com o doutor
Ênio Molina, médico intensivista e chefe do Pronto Socorro (PA) do HUM.
O Sistema Único de Saúde (SUS) funciona em rede. Segundo o doutor
Molina, esta estrutura é composta por níveis primários, secundários e
terciários de assistência. A rede primária cobre o atendimento básico de saúde,
ou seja, é composta pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) que assistem a
população com clínicos. Além disso, é neste nível que funciona um programa
chamado Estratégia Saúde da Família (ESF), que é composto por médicos,
enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e têm como objetivo fazer uma
catalogação das famílias que residem na área de atendimento das UBS. Para o
médico do HUM, o ESF é importante porque auxilia as pessoas que não podem ir
até a Unidade. “A equipe é que vai às casas para realizar o atendimento”,
explicou.
Já a atenção secundária, é composta por policlínicas especializadas que
oferecem consultas advindas das UBS, como cardiologia, neurologia etc.. As Unidades
de Pronto Atendimento (UPA) são incluídas neste nível secundário. “Quando elas
[pessoas] necessitam de um atendimento mais especializado, a própria Unidade
Básica de Saúde faz o encaminhamento para essas unidades [especializadas], que
vão agir para resolver o problema do cidadão ou, então, vão encaminhar para o
próximo nível, que seria a unidade terciária”, disse o doutor Molina.
Hospitais – O nível terciário são os hospitais, que atendem os problemas
de maior gravidade, “que seriam os infartos; os AVC [acidente vascular
cerebral]; os abdomens agudos como apendicite; traumas interpessoais como
ferimentos de arma de fogo e facas; acidentes de trânsito etc.. Isso seria
vinculado à unidade terciária, que são os hospitais de grande porte da região
de Maringá”, esclareceu o chefe do PA.
O chefe do PA do HUM, Ênio Molina |
Nesse cenário de rede, então, o HUM tem como objetivo atender pacientes
em estado greve, que sejam encaminhados pela UBS, Samu (Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência), Siate (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em
Emergência), do Corpo de Bombeiros, ou pelas UPA. Ou seja, esses serviços é que
encaminham os pacientes a serem atendidos no Hospital Universitário. “Desse modo,
as pessoas que estão passando por alguma debilidade da saúde que se encaixa nos
níveis primário e secundário, não devem vir ao HUM por livre escolha, já que
nestes casos o atendimento deve ser realizado por uma UBS ou UPA”, destacou
Molina.
“O nosso problema é a cada 10 pessoas que procuram o nosso Pronto
Atendimento, em média, seis não são casos de urgência. Eles desconhecem a real
função do Pronto Socorro de um hospital, como o próprio nome diz, que é atender
pacientes que estejam em estado de Urgência ou Emergência. São pessoas que
correm risco eminente de morte e que precisam da atenção integral da nossa
equipe. Por isso, casos menos graves não devem vir para o HUM, porque, assim,
conseguimos garantir um bom atendimento para os casos críticos”, reforça o
chefe do PA do HUM.
É importante também observar que o atendimento aos casos leves nos
hospitais, às vezes, demora, porque os casos mais graves demandam mais tempo da
equipe de profissionais e são prioridade dentro do protocolo do Ministério da
Saúde.
“Outro item que dificulta o trabalho da equipe no Pronto Socorro é o
número exagerado de acompanhantes, o que causa a sensação de superlotação e
aumenta o risco de contaminação no ambiente. Além disso, o Pronto Socorro não é
o lugar certo para solicitação de exames, pedidos de receitas e atestados de
saúde. O uso consciente por parte dos usuários colabora para o melhor
funcionamento do serviço e mais: diminui o tempo de espera e melhora o fluxo do
atendimento médico-hospitalar. Faça sua parte: use corretamente o Pronto
Socorro. Com isso, você ajuda a melhorar os serviços prestados pelo HUM e pode
salvar uma vida”, concluiu o doutor Molina.
* Contribuição do estagiário Guilherme Vinícius
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