Controle de infecções é setor atuante no HUM
Foto: Fernanda Fukushima |
Nas últimas semanas, temos visto várias notícias e
reportagens que falam sobre o fato de que a infecção hospitalar é uma das
principais causas de mortes em estabelecimentos de saúde. Para conversarmos e
nos informarmos mais sobre este assunto, convidamos o biomédico Dario Bordas
García, profissional credenciado do Setor de Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH),
do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM), para saber o que tem feito
por aqui para combater esse problema.
A infecção hospitalar é um evento que ocorre nos pacientes
quando estão internados no hospital. Esse problema é decorrente da falta de
certas atitudes na hora de oferecer os cuidados às pessoas doentes. “Por exemplo,
o paciente interna com um motivo X e, ao longo da internação, vai desenvolvendo
uma infecção. Nem sempre é contaminação. A gente tem que dividir bem o que
corresponde a nós, servidores, enfim, o que nós podemos evitar e o que, lamentavelmente,
não podemos. Mas tentamos reduzir ao mínimo o risco de acontecer uma infecção
hospitalar”, comenta Dario García.
SCIH – Esse setor é composto pelo médico César Hebel; pelo
enfermeiro Hilton Vizi Martinez; e a servidora administrativa Beatriz Sayuri
Babá, além de Dario. Porém, é apenas uma equipe executora dos trabalhos
desenvolvidos pelo Serviço de Controle. Dentro do próprio HUM, existe uma
comissão que abrange todos os funcionários, servidores e setores que tomam
decisões conjuntas para controlar as infecções hospitalares.
A equipe do SCIH: César Hebel, Darío Bordas, Beatriz Babá e Hilton Martinez Foto: Ana Paula Machado Velho |
A dinâmica da equipe executora começa com uma visita diária
a todos os setores, departamentos e leitos, verificando pacientes e prontuários.
“Vamos supor, eu vou ao setor, pego o prontuário e vejo que houve uma mudança
no antibiótico receitado. Passou para um antibiótico de maior espectro; isto é,
que atinge um número maior de bactérias, isso pode ser um indicativo que ele
fez uma infecção aqui dentro. Então, nós vamos ao setor, olhamos o registro de
tudo que aconteceu com o paciente aqui dentro. A partir daí, somando alguns
critérios, nós fazemos um diagnóstico de infecção hospitalar”, explica o
biomédico do SCIH.
A infecção hospitalar é um problema sério de saúde pública
e, cada vez mais, os hospitais de todo o país têm exercido esforços para lutar
contra este mal. Entretanto, muitas vezes, a infecção vem associada a bactérias
multirresistentes, ou seja, microrganismos que, por não possuírem complexidades
de formação em seus sistemas, conseguem se modificar e criar resistência aos
antibióticos que são receitados aos pacientes. Isso dificulta o tratamento da
pessoa portadora desses organismos multirresistentes. “Tanto é que, hoje em
dia, não estão sendo desenvolvidos novos antibióticos porque a gente não
consegue dar conta da velocidade da mutação destas bactérias”.
Como, então, poderíamos resolver os eventos de infecção
hospitalar? O biomédico Dario explica que a solução não é procurar novos
medicamentos, mas sim prevenir a disseminação da resistência microbiana, ou
seja, das microbactérias. E fala, ainda, que existem diversas medidas que podem
ser tomadas para isso.
Medidas de prevenção – A primeira delas, a mais simples e
eficaz, é a higienização das mãos que previne as transmissões cruzadas. “É o
eixo principal da prevenção da infecção hospitalar, uma vez que está comprovado
que a maioria das infecções e transmissões de organismos multirresistentes se
deve às mãos contaminadas dos profissionais de saúde”, expõe Dario García.
Outra medida é o uso racional antimicrobianos, ou seja, o
profissional da saúde deve selecionar um antibiótico de menor espectro focado em
determinadas bactérias. Assim, ele vai eliminar o microrganismo causador do mal
específico, em vez de expor a outras soluções que poderiam transformá-los em
organismos multirresistentes a um medicamento mais abrangente. “Quem faz o
controle da infecção é o hospital inteiro. Nós, do SCIH, podemos orientar. Mas
se na ponta não acontecer o que orientamos, não vamos servir de nada”, reforça
o biomédico.
Contato com o Serviço de Controle – O SCIH possui uma sala
dentro do Hospital Universitário, no Bloco Administrativo, o número é 328. O telefone
para contato é 3011-9180. O biomédico do Setor fez, ainda, um alerta final: “A
infecção hospitalar é um problema muito sério, aumenta a mortalidade, aumenta o
tempo de internação e, consequentemente, aumenta os custos hospitalares. Então,
lembrem-se sempre de fazer a higienização completa das mãos e evitar transitar
pelo hospital. A família precisa também respeitar as normas de convivência
dentro do hospital, sem trazer coisas de fora para evitar a transmissão cruzada;
isto é, de uma pessoa para outra. E aos profissionais de saúde não podem
esquecer de seguir os protocolos de prevenção. Assim, estaremos contribuindo, e
muito, para combater as infecções hospitalares”.
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