Medicina faz 30 anos e reforça interação com o HUM
O dia a dia dos alunos de Medicina, no HUM Foto: Fernanda Fukushima |
Assim como o Hospital Universitário Regional de Maringá
(HUM), o curso de Medicina da Universidade Estadual de Maringá (UEM) também
está comemorando 30 anos. Afinal, o HUM foi criado para dar suporte à formação
de médicos; isto é, nasceu para ser um hospital escola. Para sabermos mais
sobre o curso e a relação dele com o HUM, conversamos com o coordenador da
graduação em medicina da UEM, Roberto Zonatto Esteves.
É importante entendermos que tanto os cursos da saúde como o
Hospital Universitário estão ligados de maneira muito direta, já que o hospital
surgiu como uma frente de assistência para que a prática desse apoio à formação
dos graduandos da área da saúde da UEM. “Os cursos da saúde, em especial o
curso da medicina, são cursos estritamente práticos, em que ocorre o aprendizado
em serviço. Então, nossos profissionais em formação aprendem fazendo. Então, o
hospital universitário é importante para o nosso curso porque ele garante que
nossos alunos vão ter o espaço adequado para o desenvolvimento da prática”, disse
o professor Roberto Donatto.
UEM e o HUM – Os alunos de Medicina, desde o primeiro ano da
graduação, desenvolvem alguns trabalhos dentro do Hospital Universitário, porém
de forma pontual. A inserção e o desenvolvimento do trabalho prático, de forma
integral, se dão no quinto e sexto ano. Neste período, existe uma disciplina
chamada Internato Médico em que ocorre um regime de dedicação exclusiva. O
aluno fica integrado diretamente com o cotidiano do hospital e seus setores.
“Nós temos quatro disciplinas de internato do quinto ano que são desenvolvidas
quase exclusivamente dentro do hospital e cinco disciplinas do sexto ano.
Então, essas nove disciplinas são ligadas a atividades de atendimento no Pronto
Socorro, nas enfermarias e nos ambulatórios do Hospital Universitário”, explicou
Roberto Zonatto.
Já a residência médica é uma formação pós-graduada em que os
alunos que já são médicos formados vêm se especializar em alguma área de
atuação da medicina. “Os preceptores da residência são os mesmos da graduação,
mas o interessante neste ponto é que os residentes em serviço, dentro do HUM,
também atuam como preceptores dos graduandos, já que este trabalho de educação
em saúde é uma competência obrigatória que se espera de um médico”, alertou o
doutor.
O doutor Roberto Zonatto Esteves Foto: Ana Paula Machado Velho |
O doutor Donatto destaca, ainda, que a formação da UEM preza
pela qualidade. O curso, por exemplo, tem um número pequeno de vagas, para
garantir a manutenção do alto grau de interação entre professores e alunos e um
ambiente que possa receber de forma adequada esses discentes. “Na medida em que
o hospital completar seu projeto, ampliar sua área, vamos pensar a possibilidade
de expansão da oferta de vagas tanto na graduação como na pós-graduação na área
da saúde, porque teremos condições de oferecer a mesma estrutura de hoje para
um número maior de estudantes”, disse o professor Roberto.
Disciplina de Atenção em Saúde – O professor ainda destaca a
disciplina desenvolvida em todos os cursos da saúde e a psicologia, no primeiro
ano da graduação, que tem como propósito a integração de diferentes áreas, a
chamada interprofissionalidade. Essa disciplina favorece uma formação mais
ativa dos alunos que formulam as próprias perguntas e vão encaminhando a
disciplina de maneira a debater e dialogar para encontrarem, juntos, as respostas.
“É uma disciplina fundamental aos profissionais da saúde já
que visa trabalhar pontos em comum de diferentes áreas para o desenvolvimento
de competências em conjunto. Já estamos no quarto ano dessa disciplina que
atende aos cursos de medicina, enfermagem, odontologia, farmácia, biomedicina,
psicologia e educação física, e tem duração de um semestre. A constituição das
turmas é mista, tem em média 10 alunos, destes diferentes cursos com um
professor da área da saúde”, explica o professor Zonatto.
Dentro do modelo dessa disciplina, além da participação
ativa, o aluno ganha conhecimento sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre
e a comunidade que vai ser atendida. É uma disciplina que faz o discente ter
contato com a comunidade que irá trabalhar antes de teorizar sobre ela. Segundo
Zonatto, há uma mudança de lógica do ensino tradicional, em que o aluno tem
contato primeiro com a teoria e depois com a prática.
“Na Atenção em Saúde, o aluno tem uma constatação da
realidade em que está inserido e, a partir disso, ele teoriza. Depois da
teorização, eles desenvolvem uma proposta de intervenção na comunidade que está
sendo atendida. Esses trabalhos são desenvolvidos na Atenção Primária, ou seja,
nas Unidas Básicas de Saúde [UBS], mas existem planos para desenvolver a
disciplina dentro do Hospital Universitário, seguindo a mesma lógica de
interprofissionalidade”, ressalta o professor.
Os trabalhos desenvolvidos na disciplina em questão foram
apresentados em eventos na Irlanda e na Inglaterra. Ali o professor mostrou a
experiência e os métodos de trabalho do grupo.
“O mundo todo tem muito
interesse em saber como nós, brasileiros, trabalhamos na área da saúde e a UEM
tem muito para mostrar sobre suas experiências vividas nos últimos 30 anos, que
tem o HUM como cenário fundamental de aprendizagem”, concluiu o coordenador do
curso de medicina.
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