Combate à prematuridade no HUM
O mês de novembro se foi, mas não podemos deixar de falar em
um tema muito importante: o combate à prematuridade, considerada um dos grandes
problemas que contribuem para complicações de saúde de bebês. Para conversar
sobre esse tema chamamos a encarregada da Unidade de Terapia Intensiva do
Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM), Maria Cristiana Pereira
Farias Pinto.
No dia 17 de novembro é celebrado o Dia da Prematuridade. Porém,
as ações de combate a esse problema acontecem durante todo o mês de novembro,
que é intitulado Novembro Roxo. Segundo
a enfermeira Maria Cristiana, prematuro é todo recém-nascido que vem ao mundo
antes das 37 semanas em vez de completar as 42 semanas de gestação. Os que
trazem maior preocupação são os que nascem com 22 a 28 semanas.
A enfermeira explica que a prematuridade é multifatorial, isto
é, pode ser provocada por vários problemas, vários fatores: pressão alta;
diabetes; infecção urinária. Aliás, esse é um problema comum entre as mulheres
e um dos maiores fatores de causa de prematuridade. A infecção urinária
acontece devido à mudança no corpo das grávidas, como alteração da anatomia,
crescimento do útero, fazendo com que ele pressione a bexiga, aumentando o
número de vezes que a mulher vai ao banheiro. “Isso facilita a proliferação de
microorganismos, expondo a mulher a maiores riscos de ter infecção urinária
durante a gestação. Outro fator que contribui para isso são as roupas apertadas
e consumir pouca água”, alerta Maria Cristiana.
A enfermeira Maria Cristiana |
Na UTI Neonatal do Hospital Universitário Regional de
Maringá, registros mostram que os principais fatores da prematuridade são:
infecção urinária e doença hipertensiva específica da gravidez, que são os
casos de pressão alta na mãe. Nascer antes da hora é um problema para a criança
e também para a saúde pública, porque os bebês são mais suscetíveis a sequelas.
Correm risco de infecção devido ao sistema imunológico deficiente e, outro
ponto preocupante, é a necessidade do uso de oxigênio artificial. Segundo a encarregada
da UTI, “ao mesmo tempo que o oxigênio é bom é também danoso para as telas de
proteção. O uso incorreto pode provocar lesões do tecido cerebral, no tecido
ocular e outros sistemas do organismo”, diz a enfermeira.
Prevenção – Por outro lado, Maria Cristiana informa que a
possibilidade de prevenção da prematuridade é de 90% dos casos. A principal
arma é a realização de um pré-natal bem conduzido com um profissional que
cumpra todos os protocolos impostos pelo Ministério da Saúde, tanto na rede
privada quanto na pública. É nesse acompanhamento que se tem condição de
prevenir e detectar precocemente qualquer problema.
O pré-natal, segundo Maria Cristiana, deve ser iniciado, no
máximo, no terceiro mês de gravidez. Neste momento, é fundamental realizar exames
de HIV, sífilis e outras doenças infecto contagiosas, para detectar se a mãe
tem condição de seguir com aquela gravidez e tratar os problemas descobertos. Cuidar
dessas doenças no primeiro trimestre da gravidez diminui muito os riscos para um
nascimento antes da hora. Porém, se não houver essa preocupação, os riscos
aumentam muito.
A mãe pode ajudar a prevenir outros problemas cuidando de
sua saúde: bebendo bastante água, tendo uma vida mais saudável, evitando
bebidas alcoólicas e cigarro, seguindo sempre pelo mais natural. Além disso, é
preciso diminuir a ansiedade da mãe, pois muitos casos de prematuridade são
gerados psicologicamente.
O serviço do HUM - O cuidado com os bebês prematuros no HUM
segue protocolos muito rígidos, segundo Maria Cristiana. São usados protetores
especiais nas incubadoras evitando qualquer tipo de estímulo luminoso e emissão
de barulho. A questão é que qualquer tipo de estresse gerado no bebê libera
cortisol, um hormônio extremamente agressivo para o organismo, especialmente,
dos pré-maturos. “Então, o que pode ser feito para minimizar os efeitos da
prematuridade é feito. Possuímos três leitos de UTI Neonatal e quatro de
terapia semi-intensiva, onde ficam os bebês já estabilizados, que estão em fase
de engorda. Os pais têm acesso 24 horas por dia ao recém-nascido, e liberamos duas
visitas indicadas pela família. Contamos, ainda, com um quarto de apoio com três
leitos para as mães que estão amamentando ou que querem permanecer por maior
tempo com seus bebês”, explica a encarregada da UTI neonatal.
Com isso, os resultados do setor do HUM são muito positivos:
a taxa de óbito de recém-nascidos é extremamente baixa, de 2%. Já a taxa de
sequelas é um pouco mais alta, cerca de 30%. “Isso se dá porque o Hospital é
referência para gravidez de risco e recebe bebês que vêm ao mundo muito cedo, entre
as 22 a 28 semanas de gestação. Mas quando as crianças chegam após esse período
temos um índice de 100% de recuperação”, comemora Maria Cristiana.
# Colaboração da estagiária de comunicação Deborah Balan
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