NEMO apresenta resultados no Canadá

O Núcleo de Estudos Multiprofissional da Obesidade (NEMO), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), vai apresentar os resultados do programa do ano passado, no wokshop internacional “Canadian Obesity Submmit”, em Ottawa, no Canadá. A equipe será representada pelo coordenador do NEMO, Nelson Nardo Junior; e os participantes, Greice Westphal e Braulio Henrique Magnani Branco. 

Atividade realizada dentro do programa
Foto: Arquivo pessoal NEMO.

O coordenador do NEMO, explica que o programa envolve profissionais de várias áreas da saúde como nutricionistas, psicólogos e educadores físicos, e, desde 2005, ajuda muitos participantes a emagrecerem com saúde. 

O docente de endocrinologia da UEM, Wilson Eik Filho, destaca que mais da metade da população em geral sofre com o sobrepeso e mais de 18% desse número já são considerados obesos. “Isso tem um impacto muito grande em relação ao risco de doenças relacionadas com a obesidade como diabetes, hipertensão arterial, doenças nas articulações e o risco de alguns tipos de tumores, como o câncer de mama”, esclarece Eik Filho. 

A obesidade é multifatorial, ou seja, decorre de uma combinação de fatores que pode ter origem na predisposição genética e fatores hormonais, como também por fatores socioeconômicos. “Foi descoberto ao longo dos anos, que o social é, assim como todos os outros, um fator de predisposição”, afirma Nelson. O professor reforça que essa situação acontece desde a idade intrauterina. “O bebê de uma mãe, que está em situação de precariedade vai tentar se proteger, formando um organismo chamado de econômico, ou seja, ele poupa energia e essa poupança de energia vai aumentar as chances dessa criança ter obesidade e outras doenças crônicas na idade adulta”. 

Professor Nelson Nardo Júnior
Foto: Arquivo pessoal NEMO.

O evento que será apresentado no Canadá vai mostrar as respostas do programa NEMO que, segundo Nelson, são bastante heterogêneas, em vários parâmetros. “Como nós fazemos pesquisa, analisamos muitas respostas. Então, não é restrito exclusivamente, como em muitos casos, a resposta da balança, ou seja, peso corporal”, explica o coordenador. “Levamos em conta também a composição corporal, que é a soma da quantidade de gordura e de outros constituintes como a massa magra e a massa muscular. Então, a pessoa que entra no programa, a partir do momento que passa a realizar as atividades do grupo, vai reduzir o componente de gordura e aumentar o de massa magra. Qualitativamente, o corpo dela é outro, ela sente mais disposição, menos dores e a fisiologia está diferente. Nós registramos toda essa mudança para mostrar para os participantes e, agora, estamos indo para o Canadá apresentar lá”, conclui o profissional. 

Os encontros do Núcleo do HUM, acontecem três vezes por semana e são gratuitos. Todos os anos são formados grupos no primeiro e segundo semestre, ou seja, o participante precisa ser acompanhado em pelo menos um semestre pelas equipes multiprofissionais. “Em fevereiro nós vamos divulgar a abertura de novas inscrições, por isso ainda não temos o lugar nem os dias definidos. E temos uma novidade”, conta Nelson, “este ano, em parceria com a Secretária Municipal de Saúde, algumas UBS vão receber orientações do NEMO. Esperamos assim atender mais pessoas de diferentes faixas etárias e diferentes áreas da cidade”.