HUM é referência para nutrição parenteral
Estrutura para oferta de nutrição parenteral da UTI neonatal do HUM Foto: Rafaela Pena |
O responsável pela Nutrição parenteral do Hospital
Universitário Regional de Maringá (HUM), doutor José Carlos Amador, explicou
que, quando o paciente não consegue se alimentar por via oral, a ingestão dos
alimentos pode ser feita através de uma sonda posicionada ou implantada no
estômago ou no duodeno, o que caracteriza a nutrição enteral. Já a nutrição
parenteral é administrada por via endovenosa.
“É uma terapia que oferece ao paciente nutrientes como
carboidratos, aminoácidos e lipídios, para dar energia e ajudar na recuperação”,
explica o doutor, que acrescenta: “é um método inovador, lançado há 30 anos, e
para a medicina isso é pouco tempo. Para chegar à fórmula atual, foi modificado
com o passar das décadas. Esse tratamento contribui, principalmente, para áreas
da neonatologia e da pediatria. A nutrição parenteral para adultos é mais estabilizada,
vem pronta com seus elementos principais. Já na neonatologia tem que ser
formulada dia a dia”.
José Carlos Amador lembrou que, 20 anos atrás, um bebê
recém-nascido não conseguiria sobreviver, porque não tinha respiradores que
possibilitassem que essa criança se mantivesse viva. O recém-nascido possui um
pulmão imaturo que não permite a criança respirar. Esse problema foi resolvido
com a invenção de equipamentos que realizam a respiração. Mas, para manter uma
criança viva, era necessário também adequar a alimentação. “Então, a nutrição
sintetizou os carboidratos, gorduras e aminoácidos de uma maneira que pudessem ser
aplicados na veia da criança, o que revolucionou a capacidade de salvar bebês
de baixo peso”, resume Amador.
Dr. José Carlos Amador Foto: Heitor Marcon |
Dinâmica – No Hospital Universitário existe uma equipe
multidisciplinar de terapia nutricional (enfermeiras, fisioterapeutas,
nutricionistas, farmacêuticos e médicos), que atende ocorrências nutricionais da área adulta, pediátrica
e neonatológica. Essa equipe sempre orienta os plantonistas a regular a dosagem
dos elementos para a nutrição. “Visitamos os pacientes diariamente e vamos
fazendo a avaliação das condições de cada um e as necessidades nutricionais. Em
seguida, é solicitada a produção das porções. A alimentação para adultos é
pronta e só precisa ser misturada na hora da aplicação. Porém, na área pediátrica
e neonatológica, o composto é produzido em Curitiba e vem em uma forma líquida semelhante
ao soro fisiológico. Nele são depositados todos os nutrientes necessários, em
um setor altamente protegido do hospital. Para a preparação, existe uma sala
toda fechada, onde os funcionários não podem estar doentes e precisam se
esterilizar antes de trabalhar no composto”, explica o médico.
Segundo José Carlos Amador, por um período, a nutrição
parenteral para os recém-nascidos era produzida no HUM. O processo foi suspenso
porque tinha um alto custo e exigia pessoas muito qualificadas. “Nosso sonho é
retomar essa produção um dia. Se pensarmos que temos um caráter de hospital
ensino, produzindo aqui, estaríamos garantindo a formação de pessoal na área, o
que é muito importante para o futuro desta área da medicina”, concluiu Amador.
* Matéria produzida com a colaboração da estagiária de
Jornalismo, Rafaela Pena.
Comentários
Postar um comentário