Vice-reitor da fala sobre eleições no HUM e negociações com o governo
Entrada do Pronto Atendimento do HUM Foto: ASC/UEM |
Em primeiro lugar, o gestor destacou que a chapa eleita para
comandar a UEM, em outubro do ano passado, traz propostas que tem como foco
contribuir para grandes transformações nos rumos do HUM.
“A questão das
eleições no Hospital, por exemplo, é uma promessa de campanha do professor
Julio [Damasceno, reitor da UEM] e eu. Dissemos durante o período eleitoral que
faríamos as eleições, mas precisamos estruturar o processo para que ele
aconteça da melhor forma e em um momento adequado, para que toda a comunidade
do Hospital participe”, disse Silva.
Segundo o vice-reitor, que é o gestor responsável por cuidar
mais de perto do HUM, ouvir a comunidade do hospital é muito importante. Por
isso, a equipe estudou as portarias que estabeleceram as regras em outras
eleições do Hospital, compôs uma comissão eleitoral e estabeleceu o cronograma.
Mas foi preciso um tempo de análise da conjuntura atual do Hospital
Universitário.
“O calendário foi estabelecido para que, no dia da votação, a
comunidade participante do hospital esteja presente, pois a presença dos
alunos, funcionários e professores é muito importante. Devido ao período de
recesso dos alunos, a eleição foi agendada para o dia 11 de março. Quem vai
comandar o processo é o doutor Paulo Roberto Donadio, presidente da comissão
eleitoral, junto com outros seis membros, que representam diferentes setores do
Hospital”, explicou Silva.
Um dos destaques do Regulamento das eleições está a
determinação de que os candidatos vão concorrer por chapas. Segundo Ricardo
Silva, a opção se deu porque, antes da campanha eleitoral para a reitoria, ele
e o reitor conversaram com antigos gestores do hospital para identificar as
dificuldades. Alguns reclamaram que passaram pela superintendência sem uma
equipe coesa. É que, em outras ocasiões, os eleitores podiam votar em
candidatos isoladamente, o que acabava compondo uma equipe que não tinha
afinidade.
O vice-reitor da UEM, Ricardo Dias Silva Foto: Heitor Marcon |
Desafios – O vice-reitor ainda disse que, na semana passada (4
de fevereiro), ele, o reitor da UEM, o superintendente do HUM, doutor Vicente
Kira, e outros representantes do Hospital estiveram em Curitiba, conversando
com o secretário da saúde, Carlos Alberto Preto. Segundo Silva, o secretário é
uma pessoa da área, que conhece muito bem o setor, e a conversa foi muito boa.
“Ele já tinha entrado em contato com o CRM [Conselho Regional de Medicina] sobre
o indicativo de intervenção no nosso hospital e se mostrou ciente dos problemas
de recursos humanos. Falou ainda que os membros do CRM elogiaram o HUM e o
atual superintendente, doutor Vicente Kira”, ressaltou Silva.
De acordo com o professor Ricardo, a conversa com o
secretário girou em torno de três problemas. Um deles é a reposição dos quadros
de médicos. Neste caso, cinco nomes aguardam a assinatura do governador
para assumir, três médicos e dois
farmacêuticos, que já passaram por todos os processos e já podem assumir as
vagas. Foi pedido que esses profissionais sejam empossados para assumirem
funções no HUM com urgência. Além disso, a equipe do Hospital pediu agilidade
para o início da atuação dos profissionais que estão sendo contratados por meio
de um teste seletivo, em caráter temporário, para desafogar os plantões do
Pronto Atendimento do Hospital e atender às exigências do CRM. Porém, o vice-reitor explica que essas são medidas emergenciais.
Na conversa com o secretário, foi salientado que há a necessidade de realização
de concursos públicos, para cobrir vagas de servidores efetivos, que foram exonerados,
morreram ou se aposentaram.
“Precisamos de 204 pessoas no hospital, 123 poderíamos
encaminhar para abertura de concurso, agora, porque são vagas que existem e
estão em aberto. O estado vem trabalhando no sentido de não expandir demais o
seu corpo de servidores, mas o secretário prometeu pensar sobre esta questão,
porque entende a necessidade do hospital. O que pedimos não é expansão e, sim,
reposição de pessoas nas vagas. Enfim, um dos nossos grandes problemas é a
demora da reposição ou a não autorização de concurso para repor os quadros, o
que gera uma demanda muito grande de servidores com contrato temporário. No
HUM, optamos por fazer contratações por outros tipos de vínculo, como os
credenciados. O que acontece é que isso não pode entrar na folha de pagamento de
pessoal do Estado. Pagamos esses profissionais com recursos do próprio hospital,
apesar do montante ser liberado mensalmente pelo governo. Isso acaba consumindo
o dinheiro para a manutenção do HUM e outros investimentos como a compra de medicamentos,
pequenas reformas etc”, adverte o gestor.
Ricardo Silva disse que também pediu que o secretário
ajudasse a definir o reposicionamento do hospital na rede de saúde, o que vem sendo
negociado com a prefeitura para diminuir a entrada de pacientes no Pronto Atendimento,
a porta de entrada de urgência e emergência.
“O HUM é uma porta
aberta, quem solicita atendimento vai ser atendido, só que a demanda é muito
grande, por isso o reposicionamento. É preciso que se faça uma reeducação da
população para que ela procure as UBS [Unidade Básica de Saúde] para o
atendimento de casos com menor gravidade”, disse Ricardo.
Infraestrutura – Segundo o professor Ricardo, há ainda uma terceira
questão: a melhoria da infraestrutura física do Hospital. Está em conclusão uma
área com 100 novos leitos, porém sem previsão de entrega. “Esses novos leitos
praticamente expandiriam a capacidade do hospital, se houvesse contratação de
pessoal, equipamento e recursos disponíveis para isso. Mas o estado não vem
indicando esse caminho. A obra esta quase pronta, faltam detalhes para resolver”,
explica Ricardo Dias.
Fachada do prédio da Nova Ala do HUM Foto: AEN |
* Matéria produzida com a colaboração da estagiária de
Jornalismo, Rafaela Pena.
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