Confiança é parte do dia a dia da UTI Pediátrica do HUM

Beatriz e o filho Lucas, agradecidos ao pessoal da UTI PED, depois de um susto
Foto: Ana Paula Machado Velho


São 15 anos de muito trabalho e dedicação. A Unidade de Tratamento Intensivo Pediátrica do Hospital Universitário Regional de Maringá (UTI PED/HUM) está de aniversário. Contamos essa história em outra matéria, publicada na quarta-feira (27). No texto de hoje, vamos falar desta trajetória a partir da visão das pessoas que participaram dela, personagens que precisaram da UTI PED do nosso Hospital.

Antes, no entanto, vamos ver o atendimento do setor a partir da perspectiva da coordenadora, a pediatra intensivista Daniela Grignani Linhares. Ela explica que a UTI PED, como o serviço é conhecido no Hospital, iniciou o atendimento em janeiro de 2004, com o objetivo de ampliar a assistência pediátrica para toda a região de Maringá. A doutora já era servidora do HUM. Trabalhava na UTI Neonatal, que, até hoje, dá atendimento a recém-nascidos com até 28 dias. A UTI Pediátrica do HUM surge para atender crianças de 28 dias até 14 anos de idade. 

Depois de contar sobre as questões técnicas do setor, a pediatra foi estimulada a falar sobre histórias que marcaram a vida dela e de outras pessoas, nos últimos quinze anos. Os olhos dela logo se encheram de lágrimas e ela confessou que são várias histórias. Afinal, a média de atendimentos da UTI que ela coordena é de 200 atendimentos por ano, desde que o serviço foi criado.

“Várias crianças marcaram a gente e, graças a Deus, são muito mais histórias positivas do que negativas. Se mostrar uma foto, sou capaz de reconhecer cada criança que passou aqui. Mas, nós temos um  pacientezinho que ficou internado com a gente quase um ano. Foi um caso que chegou de outra unidade em um estado muito grave. Ninguém acreditava que ele iria sobreviver, em várias ocasiões deu susto na gente, por causa de uma doença pulmonar crônica. Ele não conseguia manter a respiração sozinho. Mas, aos pouquinhos, foi melhorando, fizemos vários tipos de tratamentos e, hoje, ele tem 7 anos. Volta e meia eu o encontro aqui nos corredores do hospital, porque ele continua em tratamento no ambulatório. Isso é importante, também, falar. Parte das crianças que atendemos continuam tendo acompanhamento ambulatorial, quando elas saem. É o caso do João Pedro. Ele tem um sorriso lindo, se tornou nosso xodó”.

A doutora Daniela tem a fama de acompanhar de perto todas as crianças durante todo o período de internamento. Mesmo aquelas que saem da UTI e vão para a enfermaria são visitadas por ela todos os dias. Segundo a pediatra, isso é fundamental para passar confiança ao paciente e à família. “Uma criança na UTI provoca momentos de angústia para os familiares. Ninguém espera que, de um dia para o outro, o filho vá parar na UTI. Por isso, a gente acolhe, conversa, explica o quadro e o tratamento detalhadamente, o que ajuda os familiares a enfrentarem a situação. Mas acabamos criando um laço com eles e, enquanto eles estão aqui, nós os visitamos. É muito bom quando a gente chega lá na pediatria e vê que a criança está sorrindo, está bem. É um sentimento de gratidão muito grande por participar da melhora e poder entregar essas crianças com saúde para a família. Então, sempre que eu posso, eu vou à enfermaria para ver as crianças que foram de alta da UTI”, explica a doutora Daniela.

A doutora Daniela Linhares
Foto: Ana Paula Machado Velho

Famílias – A questão é que a doutora dá um jeito e sempre pode passa para ver as mães e garotada que teve alta. No dia desta reportagem, encontramos a médica em vista ao Lucas. Ele havia sido internado em estado grave por causa de uma picada de escorpião e passado dias na UTI. O menino não quis falar conosco, ficou meio arredio, mas a mãe dele, Beatriz Soares, de 31 anos, disse que, depois de ter “surtado” com o que aconteceu com o filho, conseguiu recobrar o equilíbrio com  ajuda do pessoal da UTI PED.

“É confortante porque eles explicam tudo direitinho. Desde o que a picada causa no corpo até o tratamento que está sendo feito. Isso nos acalma, nos dá mais confiança. A doutora Daniela chorou com a gente, mas disse que tinha todo o equipamento e todas as condições de fazer o melhor para o Lucas e que ia fazer isso pelo meu filho. Isso deixa a gente bem mais tranquila”.

Esse depoimento é reforçado pela mãe do Pedro, que tinha acabado de sair da UTI. Tainá Santos, 23 anos, consolava o filho que estava se convalescendo de uma intoxicação séria. “Eles são sinceros com a gente. Nos falam a verdade, mas de uma maneira que a gente pode compreender o que está acontecendo e acompanhar o estado do filho da gente. Isso é muito bom, porque, apesar da gravidade do caso, a gente pode sentir que tudo está sendo feito para que a criança fique bem”, ressalta Tainá.

Se você pensa que a nossa série de reportagens sobre a UTI PED terminou, enganou-se. Nesta saga ainda tem um grupo de pessoas que é responsável pelo sucesso do setor e pela vida de muitas crianças. Vocês vão conhecê-las, em breve! Até lá!

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