Nova superintendente do HUM quer resgatar credibilidade do Hospital
A superintendente do HUM, no discurso de posse Foto: Antônio Carlos Locatelli/ASC |
A ortopedista e docente do
curso de Medicina da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Elisabete Mitiko
Kobayashi, tomou posse, nesta segunda-feira (18), pela manhã, e já arregaçou as
mangas para dar início oficial à administração de sua equipe, eleita para a
Gestão 2019-2022, no Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM).
Segundo
a doutora Elisabete, a saúde pública no Brasil vem enfrentando graves problemas
há anos e isso tem afetado os Hospitais Universitários, como o HUM, dificultando
o acesso a essas instituições e agravando o atendimento à população. Ela lembra
que, com a crise que o Brasil enfrenta, muitos usuários deixaram os planos de
saúde privados e passaram a usar o Sistema Único de Saúde (SUS). O impacto
desta realidade vem sendo sentido no atendimento da urgência e emergência.
“O
sistema público de saúde ainda sofre por não ter uma estrutura adequada para o atendimento
global do paciente. Prova disso é a fila de espera por consultas ambulatoriais
e cirurgias eletivas em todo o país. Esta longa fila culmina na piora do quadro
do paciente e desagua nos prontos atendimentos, seja nas UPAs ou nos hospitais
públicos, que já não conseguem atender a tão alta demanda e vivem na mídia por
incapacidade operacional. A prevenção, que ainda é o melhor caminho para a
saúde, está deficiente. Essas ações não têm sido feitas nos ambulatórios. Se
isso não funciona, há um impacto enorme nos serviços de urgência e emergência. Juntando
essa realidade com a falta de políticas fortes no setor de prevenção à
violência no trânsito e à violência interpessoal, o cenário se agrava e vemos
faltar leitos de urgência e emergência e nas UTI”, descreve a ortopedista do
HUM.
Três décadas - A
nova gestora lembra, ainda, nos seus 30 anos de existência, o HUM de Maringá
pouco cresceu em relação aos outros hospitais universitários, tornando–se o
menor do estado do Paraná. Porém, o Hospital Universitário de Maringá é uma
importante porta de entrada na região, sendo referência para os serviços de
emergência do SIATE e do SAMU. Além disso, aparece nos mapas de atendimento
como porta aberta para a demanda espontânea e através da regulação de pacientes
pela Central de Vagas do Estado. Mensalmente, o HUM atende em torno de 6 a 7 mil
pacientes no Pronto atendimento, em uma estrutura ainda acanhada.
“Não
conseguimos avançar em melhorias de atendimento e estrutura física do nosso HUM.
Precisamos urgentemente acabar de construir o Hospital, dando andamento,
principalmente, às obras já iniciadas e, por ora, paradas por falta de
recursos. O SUS é
universal e o doente recebe atendimento gratuito, porém, o leito do SUS não é
gratuito. O custeio de todos os leitos previsto no orçamento, muitas vezes, não
corresponde às despesas reais. Fazer a boa medicina implica em custos
operacionais, por vezes, maiores do que o SUS subsidia. O custo do doente-dia
deve ser preocupação dominante da administração sem prejuízo do suprimento
indispensável ao bom atendimento ao paciente, da boa alimentação e dos
necessários cuidados médicos. Os recursos
próprios do HUM, ultimamente, têm sido consumidos por uma folha de pagamento
que aumenta, a cada ano, por falta de abertura de concursos públicos, o que
impede novos investimentos ou reposição de equipamentos e manutenção de nossa
estrutura. A falta de reposição de funcionários, seja por aposentadoria, morte
ou demissões, tem se intensificado ano a ano. Estamos evoluindo rapidamente
para um sucateamento do hospital, deixando de fazer diagnósticos por falta de bons
equipamentos e diminuindo a qualidade de atendimento final. Necessitamos
urgente de um olhar do estado para esta situação, porém, não nos eximimos de fazer
o nosso dever de casa, em tornar o atendimento mais efetivo e eficaz”, alerta a
doutora Elisabete.
Reconhecimento - Enfim,
a superintendente do HUM destaca que é preciso resgatar a credibilidade do
Hospital Universitário de Maringá junto à comunidade interna e externa. A
médica prometeu trabalhar para conquistar o verdadeiro crescimento do Hospital,
que vai além da assistência, deve atingir as áreas de ensino e pesquisa.
Kobayashi disse vai organizar o serviço internamente, abrindo frentes de
negociação e diálogo com os gestores públicos.
“O
curso de medicina da UEM é um dos melhores do Brasil, temos também alunos da
graduação da enfermagem, análises clínicas, psicologia, as residência médicas e
multiprofissional, acabamos de abrir a pós-graduação em Urgência e Emergência,
temos projetos de pesquisa de relevância clínica em andamento dentro do HUM, um
Hemocentro de primeira qualidade. Este é
o HUM que a população não vê e nem a mídia mostra. Somos formadores de profissionais para a rede
de atendimento do SUS e setor privado. Nestes 30 anos de existência do curso de
medicina, colocamos excelentes profissionais no mercado de trabalho de Maringá
e região. A qualidade da medicina, hoje praticada em Maringá, os avanços e
inovações no atendimento aconteceram com o impacto do retorno destes egressos
da UEM. Isso precisa ser reconhecido”, lembrou a superintendente.
A nova equipe gestora do HUM: a diretora do Hemocentro, Márcia Regina Momesso Neri Ferreira; a diretora médica, Daniela Álvares da Silva Matsumoto; a diretora de Enfermagem, Viviane Guilherme Dourado; a superintendente, doutora Elisabete Kobayashi; o diretor administrativo, Hermes de Souza Barboza; e a diretora de Análises Clínicas e Farmácia Hospitalar, Solange Cardoso Martins.
Foto: Antônio Carlos Locatelli/ASC
“O resultado das urnas nas eleições do HUM mostrou que os funcionários, docentes e alunos confiam na capacidade da nossa equipe e nossas propostas. Mostrou a confiança em um grupo técnico, com experiência e conhecimento em gestão administrativa, gestão de pessoas e gestão de processos. O nosso compromisso com todos é de uma gestão séria e competente, com transparência nas ações e mais próxima dos que aqui trabalham. Fizemos um compromisso de estarmos presentes e arregaçarmos as mangas todos juntos para reagirmos e colocarmos o HUM nos trilhos novamente. A ideia é profissionalizar o Hospital, nos próximos anos, para que a gente consiga ter uma gestão otimizada e de qualidade. Este é o compromisso desta equipe que agora assume a direção do HUM. A direção do Hospital se compromete a fazer uma boa gestão e esperamos que haja a resposta dos nossos governantes”, concluiu Elisabete Kobayashi.
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