Ginecologia e Obstetrícia e seus desafios no HUM

O diretor da GO do HUM, doutor Amarildo Ramalho
Foto: Rafaela Pena


O Hospital Regional Universitário de Maringá (HUM) possui uma grande equipe de profissionais que desempenham funções essenciais para que o Hospital funcione. Cada ala possui integrantes que cuidam dos pacientes com demandas da mais diversas, como é o caso da Ginecologia e Obstetrícia (GO). O chefe de divisão da GO, o doutor Amarildo José Ramalho explica detalhes sobre esse setor do HUM.

“A GO é voltada exclusivamente ao atendimento das mulheres, sejam elas gestantes ou qualquer mulher que precise de atendimento ginecológico necessário”, disse o doutor Amarildo. Segundo ele, o HUM tem uma característica assistencialista e, ao mesmo tempo, é uma instituição de ensino. “Isso é que faz o HUM ser diferente de outros. O atendimento é feito pela divisão de ensino que é ligada à UEM [Universidade Estadual de Maringá]”.

O atendimento realizado pelo Hospital, de acordo com o médico, tem duas vertentes: pode ser feito, em primeiro lugar, pelo Pronto Socorro. “Nesse ambiente, são atendidas mulheres que têm alguma doença ginecológica, as que tenham sido encaminhadas pelos Postos de Saúde [Unidades Básicas de Saúde] para o hospital, apresentando algum sangramento ou algum problema de urgência, ou ainda gestantes que estejam com problemas”, explica doutor Amarildo.

Há, por outro lado, o atendimento feito via ambulatório do HUM. “São consultas agendadas, solicitadas pelo postos de saúde e são feitas no ambulatório do nosso Hospital. O atendimento é realizado pelos docentes de medicina. É importante que as pessoas saibam que o pronto socorro não é um ambiente para consultas, e sim, para caso mais sérios, urgências e emergências. Todas as mulheres devem, desta forma, se dirigir, em primeiro lugar, ao posto de saúde. Lá é que o médico vai avaliar o caso e, se necessário, encaminhar para HUM”, explica o ginecologista.

Fluxo – O doutor Amarildo sem preocupa muito com o que é chamado de fluxo de entrada dos pacientes. “No dia a dia, atendemos as pacientes que chegam ao pronto socorro e as gestantes – que são maioria. Elas vêm das Unidades Básicas de Saúde [UBS]. Porém, em alguns casos, a procura direta é aceita, apesar de não fazer parte da nossa rotina. Isso porque o hospital tem parceria com o programa Rede Mãe Paranaense. Essas futuras mães têm o carimbo no cartão de pré-natal”, explicou Amarildo Ramalho. Mas, segundo ele, as pacientes que não estão grávidas, apenas apresentam queixas ginecológicas, “devem procurar as UBS e, como já disse, se o problema for mais grave, a equipe dessas Unidades vai encaminhar para cá”.

Para o médico, essa é uma forma de garantir um número de atendimentos que o HUM pode suportar. O Hospital, segundo Ramalho, tem suas carências e isso não é de hoje. “Como médico no HUM há 25 anos, vi que em todo esse tempo pedimos as mesmas coisas e escutamos a mesma respostas: não há dinheiro, não há condições, não é possível, estamos fazendo, estamos planejando. Apesar disso, há 25 anos vejo que nossa equipe presta o melhor serviço que pode”, conta o doutor. “Temos uma equipe de profissionais dedicada, empenhada e que trabalha fazendo mágica. Infelizmente, a única semelhança que essa atividade tem com medicina é que as duas começam com a mesma letra: M. Mas nós não somos mágicos, nós somos médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos que trabalhamos abaixo das condições técnicas. Temos capacidade profissional, profissionais de excelência, conhecimento técnico e científico, mas não podemos executar tudo o que desejamos, pois não temos as devidas condições”, relata o chefe de divisão da GO.
O setor conta com oito médicos, sendo um deles temporário, que realiza os plantões no hospital, o que, de acordo com Ramalho, não é um corpo clínico suficiente para preencher às escalas. Essa situação sobrecarrega muito todos os profissionais. “Os médicos trabalham fazendo hora extra e tendo dificuldade, até, com sua própria saúde, mas ninguém deixa de prestar o atendimento necessário a todas as pacientes”, disse doutor Amarildo.


Dinâmica – Os médicos plantonistas fazem atendimento das urgências e emergências na porta do pronto socorro; atuam nas cirurgias ginecológicas de urgência, cesarianas, partos, curetagens; realizam todo atendimento e acompanhamento das pacientes que entram pelo pronto socorro e das mulheres que estão internadas. Para isso, têm o apoio de residentes. Segundo o doutor, a GO possui, ainda, um técnico em mastologia, área responsável por cuidar especificamente das mamas. Essa dinâmica diária conta, ainda, com a equipe de enfermagem, que passa pelos mesmos problemas que a da medicina. “Não sei dizer, especificadamente, o número de funcionários da enfermagem, porque é outra divisão, mas eles também estão com déficit de servidores. Porém, a equipe que está aqui é treinada no atendimento a nossas gestantes e no cuidado aos nossos pós-operatórios e casos clínicos internados”, destaca Amarildo.

É essa estrutura, enfim, que, segundo o ginecologista, presta atendimento em torno de vinte a trinta atendimentos diários na GO, em torno de novecentos por mês. “Esse número envolve tanto as pacientes que vêm para consulta e são liberadas, quanto as que ficam em observação e internadas. Fazemos, também, uma média de oitenta a cem partos mensais e vários outros procedimentos cirúrgicos”, completa o chefe de divisão da GO, do HUM.


* Matéria produzida com a colaboração da estagiária de Jornalismo, Rafaela Pena.

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