Educação em diabetes vira projeto no ambulatório do HUM



O diabetes é uma doença crônica que nem sempre, pode ser prevenida. Especialmente, nos casos que surgem na infância. Por esse motivo, profissionais de diferentes áreas do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) decidiram criar um projeto para dar mais qualidade de vida a crianças e adolescentes que sofrem deste mal. A iniciativa será lançada, oficialmente, na segunda-feira, dia 24 de junho, no Ambulatório de Especialidades do HUM.

A coordenadora do projeto Educação em Diabetes, Adriana Balancieri, contou que a doença que afeta as crianças vem crescendo de forma significativa em todo mundo e, por isso, os médicos, especialmente os endocrinologistas, vêm pensando várias formas de dar qualidade de vida a esses pacientes.

“Nas crianças e adolescentes, na maioria das vezes, a doença é autoimune. É um mal crônico, que compromete o funcionamento do pâncreas e eleva a glicose, o açúcar no organismo. É no pâncreas que a gente produz a insulina, um hormônio que metaboliza tudo que a gente come. E quase tudo que a gente come vira açúcar: pão, batata. Com o pâncreas sem produzir insulina, o açúcar não é levado para dentro das células, fica no sangue e isso causa diferentes ataques ao corpo. Ele começa a trabalhar para eliminá-lo. A criança passa a fazer muito xixi, por isso, desidrata, fica cansada, com a respiração comprometida. O pior é que esta é uma doença silenciosa, a gente só vai descobrir quando os sintomas graves aparecem e é preciso agir de forma bastante criteriosa”, explicou a endocrinologista do HUM.

Educação – O projeto, então, tem como foco unir profissionais de diferentes áreas para tratar as crianças e adolescentes com o objetivo de dar qualidade de vida aos pacientes. Isso porque quando se descobre o diabetes é preciso mudar os hábitos de vida, optar por uma alimentação saudável, aprender a tomar insulina em forma de injeção. Enfim, é preciso se adaptar a um novo cenário de vida. Para isso, é importante ter a ajuda não só de endocrinologistas, mas de nutricionistas, psicólogos, educadores físicos, assistentes sociais, enfermeiros, entre outros profissionais.

“É um tratamento crônico e em longo prazo, que deve ser feito todos os dias, sem domingos nem feriados. Nosso projeto, então, vai detectar os pacientes novos, que chegam ao HUM com problemas e uni-los àqueles que já estão sendo atendidos no Ambulatório de Especialidades do Hospital, para fazerem parte de um processo de acompanhamento longo. Enfim, a assistência será do leito de quem precisa de apoio até aqueles que vêm regularmente ao Ambulatório do HUM para se tratar”, anuncia a doutora Adriana.

KIT – O grupo de profissionais da saúde também vai contar com o apoio do Projeto Abraço Quentinho, uma equipe de voluntárias que atua no HUM. Elas produziram um material de apoio, de cunho educativo para ser utilizado pelos integrantes do Educação em Diabetes.

“As voluntárias produziram dois bonecos: o Beto e a Bete, que representam crianças que têm diabetes. Neles estão marcados os pontos em que se pode aplicar a insulina diariamente. Além disso, eles estão equipados com mochilas e carregam tudo que é essencial para quem sofre da doença: seringa, insulina, o glicosímetro, que mede o nível de insulina, e comida saudável, por exemplo”.

O lançamento do projeto acontece na próxima segunda-feira, dia 24, no Ambulatório de Especialidades do HUM. Os primeiros kits de apoio vão ser distribuídos às crianças atendidas pela equipe da endocrinologia, da qual faz parte a doutora Adriana. “A iniciativa ainda vai reunir outros voluntários, como os contadores de histórias, que vão trabalhar esse tema conosco, nos corredores do Hospital. Seremos uma grande equipe da saúde envolvida nesta iniciativa que tem como objetivo levar informação e, com isso, dar qualidade de vida aos pacientes. Afinal, o diabético pode viver bem. Mas precisa ter uma boa educação em diabetes”, completa a médica e professora do curso de Medicina, da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Inscrições para Residência Multiprofissional no HUM iniciam na próxima semana

HUM terá mais 10 leitos obstétricos e deve dobrar número de partos realizados

Solenidade forma 19 médicos residentes do Hospital Universitário