Educação em diabetes é tema do Novembro Azul
Pacientes do Ambulatório brincando com os bonecos Bete e Beto, produzidos pelas voluntárias do Abraço Quentinho |
Quem pensa que este mês é momento de se pensar só na saúde
do homem, está enganado. O Novembro Azul também faz alusão ao diabetes, doença
que atinge pessoas de todas as idades e que tem especificidades quando se
manifesta em crianças e adolescentes. Por esse motivo, conversamos com a
professora do curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Maringá (UEM),
Maria de Fátima Merino, que atua no Projeto Educação Interprofissional em
Diabetes, realizado no Ambulatório de Especialidades do Hospital Universitário
Regional de Maringá (HUM).
O diabetes é uma doença crônica que nem sempre pode ser
prevenida. Especialmente, nos casos que surgem na infância. A professora Maria
de Fátima disse que é o chamado diabetes Tipo 1, em que o pâncreas não funciona
de maneira adequada, não produz o hormônio chamado insulina. Por isso, o açúcar
que entra no nosso organismo não é levado para dentro das células, que é a
função deste hormônio, e fica circulando no nosso sangue, causando diversas
complicações.
“O grande problema é que as pessoas não sabem reconhecer os
sintomas do diabetes e só vão tomar conhecimento da doença quando alguma coisa
grave acontece, picos de alto ou baixo nível de açúcar no sangue. Esses
episódios de hiper ou hipoglicemia podem ser até fatais para crianças e adolescentes,
por isso, é preciso divulgar informações importantes para a população. Se seu
filho ou qualquer criança ou adolescente começar a ter muita sede, urinar
demais e apresentar perda de peso significativa, procure imediatamente um
serviço de saúde”, alerta a professora Maria de Fátima (foto ao lado).
Educação – Há dez anos, o Ambulatório do HUM vem
tratando o diabetes infantil, mas, agora, um grupo de diferentes áreas se uniu para
agir de forma interprofissional; isto é, cada profissional vai oferecer
informação e cuidado na sua especialidade.
Segundo Maria de Fátima, quando se descobre o diabetes é
preciso mudar os hábitos, porque o tratamento é para a vida toda. É necessário
adotar uma alimentação saudável, aprender a tomar insulina em forma de injeção,
fazer exercícios físicos e ficar de olho nas manifestações do corpo.
“Enfim, é preciso se adaptar a um novo cenário de vida. Para
isso, é importante ter a ajuda não só de médicos endocrinologistas, mas de
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos, assistentes sociais,
enfermeiros (foto abaixo). Tudo isso, nós reunimos aqui, no nosso projeto, que funciona no
Ambulatório do HUM, toda segunda-feira, de manhã. São cerca de 40 crianças
cadastradas, que vem aqui trimestralmente ou quando há uma necessidade especial”,
explicou a enfermeira.
Maria de Fátima ainda lembrou que o projeto conta com a
participação ativa dos alunos e residentes das diferentes áreas da saúde e com
o apoio de voluntários. O Projeto Abraço Quentinho produz bonecos de pano, o
Beto e a Bete, que carregam na mochila todos os objetos necessários ao
tratamento do diabetes: medidor de glicose, aplicador, comida saudável e o
lembrete para a realização de exercícios físicos. Já o grupo de contação de
histórias “encena” diferentes situações que envolvem o dia a dia de uma criança
diabética.
“A ideia é educar as crianças e adolescentes para que conheçam
a doença, conheçam pessoas como eles e possam compreender que têm condições de
viver com qualidade, integrados aos diferentes ambientes da sociedade, a partir
do momento em que se cuidam”, concluiu a professora Fátima.
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