Estilo de vida saudável é peça chave no combate ao diabetes
Se você pensa que o Novembro Azul se refere somente à luta pela
saúde do homem, está enganado. Este marco também está relacionado ao diabetes.
Dia 14 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Combate ao Diabetes. O Núcleo
de Estudos Interdisciplinar da Obesidade (Nemo) vai promover um evento, na
quinta (14), no auditório do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM),
para debater esta doença, que atinge 425 milhões de adultos no mundo, 16
milhões, só no Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde.
O Nemo é coordenado pelo professor do Departamento de
Educação Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Nelson Nardo Jr. Há
15 anos, professores e alunos de graduação e pós-graduação atuam na pesquisa
sobre obesidade, que abre um leque de fatores de risco para outras doenças como
o diabetes.
“Atuamos em projetos de pesquisa e extensão na UEM e no HUM
como foco na promoção de um estilo de vida saudável, que envolve uma boa
alimentação e exercícios físicos. No Hospital Universitário, atendemos pessoas
da comunidade em um projeto que é referência no município. Por meio deste
contato e das pesquisas que realizamos com esses pacientes, estamos certos de o
mesmo tratamento que combate a obesidade é indicado para combater o diabetes”,
explicou o professor.
A dinâmica do diabetes – O médico americano Michael Greger,
no livro Comer para não morrer,
explica didaticamente como se dá o desenvolvimento do diabetes. Segundo ele, o
nosso organismo decompõe o amido que comemos e o trans
forma em glicose, que
entra no sistema circulatório como açúcar e, em seguida, é armazenada nos músculos
para ser usada como energia.
Entretanto, o açúcar do sangue precisa de um convite para
entrar nas células. A cada refeição que fazemos, o pâncreas libera insulina
para ajudar a transportar a glicose para as células, ela é a chave que
destranca a porta da frente das células musculares para que o hormônio possa
entrar. Sem esse hormônio, as células não podem receber a glicose e, como
resultado, esta se acumula no sangue.
“Com o tempo, esse açúcar extra pode danificar os vasos
sanguíneos. É por isso que o diabetes pode provocar cegueira, insuficiência
renal, ataque cardíaco, derrame, além de promover má circulação e falta de
sensibilidade nas pernas e nos pés, levando a ferimentos que não saram
devidamente e que podem terminar em amputações”, escreve o médico americano.
O diabetes tipo 1, antes chamado diabetes juvenil,
representa cerca de 5% de todos os diagnósticos de diabetes. Nele, o sistema
imunológico destrói, por engano, as células produtoras de insulina no pâncreas.
Sem insulina, a quantidade de açúcar no sangue sobe e atinge níveis perigosos. A
enfermidade é tratada com injeções de insulina para compensar a falta de
produção pelo organismo. A causa exata da diabetes tipo 1 é desconhecida,
embora possam ter influência a
predisposição genética combinada à exposição a fatores ambientais que podem
desencadear a doença, como infecções virais, segundo o doutor Greger.
O diabetes tipo 2, antes conhecida como diabetes do adulto,
responde por 90% a 95% dos casos de diabetes. Nesse caso, o pâncreas produz
insulina, mas o acúmulo de gordura dentro das células dos músculos e do fígado
interfere na ação do hormônio. Se a insulina é a chave que destranca a porta
para as células, a gordura, especialmente a saturada, é o que parece entupir a
fechadura. Se a glicose não consegue ter acesso aos músculos, os principais
consumidores desse combustível, o açúcar no sangue pode subir a níveis prejudiciais.
“No diabetes tipo 2, o acúmulo de gordura no organismo causa
a chamada resistência à insulina. Especialmente, a gordura visceral, acumulada
da região do abdômen. A boa notícia é que esse processo quase sempre pode ser
prevenido, com freqüência, pode ser tratado e, às vezes, revertido através de
mudanças na dieta e no estilo de vida. Na verdade, quando se adota uma dieta
saudável, dá para começar a melhorar a saúde em questão de dias”, destaca o
professor da UEM, Nelson Nardo Jr (foto ao lado).
Evento – Na quinta-feira (14), Nardo Jr. e a equipe
do Nemo vão falar sobre esses detalhes no 1º Encontro de Palestras Gratuitas em
Diabetes Tipo 1 e Tipo 2. As atividades ocorrem das 19 às 22 horas, no
auditório do HUM.
Nesta data, é celebrado o Dia Mundial do Diabetes. O evento
foi criado, em 1991, pela International Diabetes Foundation (IDF), em parceria
com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para conscientizar a população sobre
a doença. No Brasil foi estabelecida a mesma data para comemorar o Dia Nacional
de Prevenção contra o Diabetes.
“Representantes da empresa Liily do Brasil, um
endocrinologista, uma nutricionista, um educador físico e uma enfermeira vão
falar sobre o diabetes, a partir da realidade de cada área. O evento é voltado
para todos os públicos: pacientes, cuidadores, estudantes e profissionais da
área da saúde”, explicou o professor Nardo Junior, que organiza o Encontro
junto com o professor Eraldo Schunk Silva, do Departamento de Estatística da
UEM.
A inscrição para o evento é gratuita. São 130 vagas. Os
interessados em participar devem preencher o formulário neste link. Será
fornecida declaração de Hora Atividade. Outras informações no telefone (44)
99907-8271.
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