Hemocentro vai à escola e ensina sobre doação de sangue a estudantes

A doação de sangue é um gesto altruísta que só pode ser feito por maiores de 16 anos - para quem tem 18 anos incompletos, ainda é necessário a companhia dos pais ou responsável para a coleta. Mas, e se logo cedo as crianças já fossem incentivadas a praticar esse gesto de empatia? E os jovens um pouco mais crescidos, que ou já podem doar ou estão em vias de poder e ainda têm muitas dúvidas e incertezas sobre o ato?

É com a missão de explicar aos pequenos de escolas de Maringá e região os benefícios e mitos envolvendo a doação de sangue que, desde 1998, profissionais e estudantes da área da Saúde do Hospital Universitário (HU) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) visitam escolas da região. A “Hemoação: semeando o amanhã” é uma verdadeira “força-tarefa” de profissionais do Hemocentro, que, acompanhados de estudantes, passam em escolas, dão palestras e ainda recebem estudantes em visitas guiadas para conhecer o local.


Estudantes do Colégio Marista de Maringá, durante visita do Hemocentro à escola.


A assistente social do Hemocentro Regional de Maringá Angela Maria Tessaro comenta que uma das frentes do projeto, a visitação às escolas, serve principalmente para “romper mitos” que povoam as mentes inquietas dos jovens. “Eles querem saber se a agulha é muito grande, se a picada da doação de sangue doi”, emenda a assistente, elencando uma série de dúvidas dos estudantes. Da curiosidade, surge o interesse pela doação e por ajudar o próximo desde cedo.


Passeio guiado e “bolsas de suco”


Os olhares curiosos dos estudantes logo se voltam para as “bolsas” de sangue, plasma e outros hemocomponentes que os servidores do Hemocentro mostram em sala de aula. Angela explica que os estudantes são apresentados a todas as etapas e processos da doação para o doador. Eles até dão uma olhada e manipulam as “bolsas de sangue”, que nas demonstrações ficam cheias de “sucos coloridos” que representam hemocomponentes vitais para a distribuição em hospitais, Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e diversas unidades de saúde da 15ª Regional de Saúde do Paraná. Ao todo, o Hemocentro Regional de Maringá atende uma média de mil pacientes por mês, demanda que aumenta com o passar do tempo.


Angela e uma das famosas "bolsas de suco"
do Hemocentro.

A “Hemoação: semeando o amanhã” atende cerca de 500 crianças anualmente, dos ensinos Fundamental e Médio. Nos tours guiados pelo Hemocentro, os alunos conhecem todas as etapas do processo, da recepção às salas de triagem, passando pela sala de coleta e a do cafezinho pós-doação. “Depois, fazem o que chamamos de ‘caminho da bolsa’, porque o ‘caminho do doador’ encerra depois do café pós-doação”, complementa a assistente.


Em grupos pequenos, de dez em dez, visitam os laboratórios do Hemocentro - grupos pequenos por conta da segurança. “Eles ficam muito interessados em saber que o sangue é uma fonte esgotável, que não conseguimos produzir sem o corpo humano. Além disso, ouvem que é altamente perecível, que deve ser acondicionado muito bem”, emenda a profissional do Hemocentro. 







A ação, inclusive, traz frutos também para quem já é um doador. Depois das visitas, os estudantes produzem cartazes, que são entregues aos doadores de sangue após o ato. O gesto significativo, avalia Angela, só aumenta a alegria de quem colabora, gota a gota, com a vida do próximo regularmente.


As escolas interessadas podem se inscrever no site do HU, na aba “Visita técnica”. É necessário preencher um formulário de contato para se inscrever.


Estudantes do Escola Municipal Tisuru Tsuji Cunha, em Sarandi, observam doador em ação.


Quem pode doar?


A doação de sangue é um ato voluntário no Brasil. Os doadores devem ter entre 16 e 69 anos (como mencionado anteriormente, menores de idade devem estar acompanhados para doar) e ter mais de 50kg. Quem já passou dos 60 anos deve ter doado pelo menos uma vez para continuar. Os outros critérios são estar bem alimentado e descansado (evitar alimentos gordurosos por pelo menos quatro horas antes) e apresentar um documento oficial com foto.


Os doadores devem estar saudáveis e estarem cientes de que estão praticando um gesto muito importante. “Nós incentivamos a prática regular da doação porque o doador regular cuida da própria saúde. Ele sabe que doação de sangue não é teste sanguíneo, por exemplo”, alerta a assistente. 


Alunos da Tisuru Tsuji Cunha olham curiosos manipulação dos componentes.


Reportagem: Willian Fusaro
Fotos: Arquivo pessoal.



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