Realidade virtual desenvolvida na Suíça é atração em curso de higienização de mãos


Uma tecnologia inovadora desenvolvida na Suíça foi a atração durante a palestra “Medidas inovadoras como estratégia de melhoria na prática de higienização das mãos”, realizada no Auditório do Hospital Universitário (HU) da UEM, durante toda a quinta-feira (31). O evento, promovido pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) anualmente como exigência da Vigilância Sanitária, contou, neste ano, com uma “novidade tridimensional”: uma realidade virtual que simula um leito com paciente, para que os servidores pudessem praticar o processo de higienização de mãos. Tudo com o auxílio do Virtue, um óculos de realidade virtual que vem acompanhado de um joystick.


“Leito é algo escasso”, avalia a farmacêutica da empresa de produtos médicos Delfar Gabriele Guglielmi, palestrante do evento. Diante da impossibilidade de a grande maioria dos serviços de saúde disponibilizarem um local específico para esse treinamento, o uso da realidade virtual ajuda e muito nas práticas de higienização. O aparelho é desenvolvido pela empresa suíça Ateo, que faz sistemas de realidade virtual para o maior campeonato automobilístico do mundo, a Fórmula 1.


O curso de higienização de mãos é uma normativa da Vigilância Sanitária e deve ser oferecido anualmente pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) aos seus servidores. “É um recurso a mais, bastante didático e interativo, que tende a aumentar a participação e também a retenção de conteúdo da atividade”, avaliou a farmacêutica. 


Farmacêutica Gabriele Guglielmi, que demonstrou o Virtue para os servidores do HU da UEM. Palestra foi aberta a todos os servidores.

E a estratégia funcionou: após a palestra, alguns servidores quiseram participar da demonstração, que avalia os procedimentos que o usuário do aparelho está fazendo, corrige posturas e lembra de passos que foram executados ou não no processo de atendimento em saúde. “No leito recriado pela realidade virtual, é possível ver os Alpes Suíços, pela janela do quarto, pois ele simula um ambiente para o cuidado com o paciente, que é o mesmo em qualquer lugar do mundo, na Suíça ou aqui”, completou Gabriele.


Segundo Gabriele, estudos desenvolvidos na Universidade de Zurique, em parceria com o Hospital Universitário da Universidade de Zurique, apontaram que, em duas equipes que fizeram o treinamento, uma utilizando a ferramenta de realidade 3D e outra não, a retenção do conteúdo no grupo que utilizou a Virtue foi de 70%, enquanto da parte dos que não utilizaram foi de 5%. “Se esse percentual foi evidenciado lá, que já tem um patamar de controle de infecção alto, imagine como seria aqui no Brasil”, ressalta a farmacêutica.


Para o coordenador de vendas da Delfar, Vitor Nardin, os recursos empregados em tecnologias de prevenção a infecções deveriam ser muitos maiores do que, de fato, são. “Há muito mais recursos empregados, isso de modo geral, nas atividades e tecnologias médicas e de tratamento, mas o investimento em prevenção, numa ponta, é que reduz os índices (de infecções)”, explicou. O coordenador de vendas lembra que o responsável por trazer a tecnologia ao Brasil é o CEO da Delfar, Leonardo Fahrion.


Plateia formada por servidores de vários setores do HU acompanhou demonstração do Virtue, que serviu como um facilitador para entender a importância da higienização das mãos.



Lava uma mão, lava a outra


A higienização correta das mãos pode reduzir em até 80% as infecções na assistência em saúde, segundo o enfermeiro e coordenador do CCIH do HU, Hilton Martinez. Uma medida simples, rápida e fácil de ser executada - e que já virou até música infantil conhecida por todos, mas que ainda não é seguida à risca nem mesmo por profissionais da Saúde. “Ainda há os casos em que as pessoas lavam as mãos, mas não aplicam produtos. Aí, é como se não tivessem lavado e até pior: as mãos sujas e molhadas são um ambiente ainda mais favorável para a proliferação de bactérias”, emendou o enfermeiro, para quem não existem atalhos na hora de cuidar das mãos.


Uma forma de minimizar esse cenário, para Hilton, passa pela aplicação de tecnologias em treinamentos. “A retenção do aprendizado é muito mais efetiva. Além disso, é um recurso a mais para o servidor compreender o treinamento e gravar para a vida”, concluiu.


Cinco momentos de higienização


A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que existem cinco momentos vitais para a higienização das mãos no cuidado com o paciente: antes de tocá-lo; antes de realizar procedimentos assépticos; após risco de exposição a fluídos corporais; após tocar o paciente; e após tocar superfícies próximas ao paciente. A Organização ainda considera o dia 5 de maio como o “Dia Mundial da Higiene das Mãos”, lembrando a importância do ato para a manutenção de um ambiente saudável e controlado para atendimento ao paciente.


Reportagem: Willian Fusaro Fotos: Documentação Científica e Audiovisual do HU/UEM.


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