Encontro debate gestão da qualidade, no Auditório do HUM

 

A equipe diretiva e chefias de diversos setores do Hospital Universitário (HU) da UEM participaram, na tarde desta quarta-feira (27), no Auditório do Hospital, do “1º Encontro da Gestão do Serviço de Qualidade”. O evento teve o objetivo de fortalecer a implantação do Serviço da Gestão de Qualidade do HU, com engajamento de todos os servidores, para o aperfeiçoamento dos serviços oferecidos no Hospital e melhorar ainda mais o cuidado com o paciente.

O encontro teve dois momentos, com a apresentação de uma palestra do enfermeiro da Unimed e Criativa Consultoria Heitor Ferreira dos Santos, especialista em gestão de qualidade, e a apresentação da 1a Revisão do Manual da Qualidade do HU da UEM. O documento desenvolve a Gestão da Qualidade nos fluxos de trabalho administrativos e assistências do Hospital, em consonância com a Política da Qualidade. A gestão da qualidade, no Brasil, vem crescendo como ferramenta para ampliação do cuidado ao paciente há pelo menos 30 anos e é, hoje, responsabilidade da Vigilância Sanitária, na fiscalização das unidades que oferecem serviços de saúde, públicas ou privadas.

A superintendente do Hospital Universitário, Cremilde Trindade Radovanovic, saudou a iniciativa pioneira no HU. “Espero que seja o primeiro de muitos encontros para que cultivemos ainda mais uma cultura de qualidade no Hospital, para que protocolos e documentos não sejam somente criados, mas colocados em andamento com o objetivo de obter a acreditação”, avaliou a superintendente, referindo-se à Organização Nacional da Acreditação (ONA). 

A acreditação da ONA é necessária para a certificação dos serviços de saúde no Brasil. A organização, sem fins lucrativos, atua no Brasil desde 1999 e cobra uma série de critérios para adesão de instituições de saúde, como estar em atividade há menos de 1 ano, construir ambientes seguros e saudáveis, aprimoramento da humanização ao paciente, entre outros.

Evolução constante

Para o palestrante Heitor dos Santos, as rápidas mudanças no setor de saúde, como o aumento da sinistralidade, avanços tecnológicos e surgimento de novos padrões que pressionam por eficiência e redução de custos têm impelido os serviços de saúde a aderir à gestão da qualidade. “A qualidade é um modelo de gestão que deve estar no Escritório da Qualidade, nos documentos e processos, mas também deve ser respirada no cotidiano. É parte da cultura da instituição, e cultura leva tempo para construir”, ratificou.

A gestão da qualidade, segundo o palestrante, é responsável por melhorar continuamente processos e serviços, melhorar a segurança do paciente, reduzir eventos adversos, aumentar a eficácia operacional e, por fim, melhorar a experiência do paciente no ambiente hospitalar. Se bem aplicada e supervisionada, gera indicadores e métricas, que podem ser avaliados e comparados com objetivo de aprimorar processos internos, além de reduzir custos e desperdícios financeiros e de tempo.

Para dos Santos, o impacto da ausência de uma gestão de qualidade é bastante sentido nos serviços de saúde, embora muitas vezes não seja mensurado objetivamente. “Estima-se que, nos países desenvolvidos, 1 em cada 10 pacientes sofrem efeitos adversos de internações, então podemos imaginar como é esse índice num país como o Brasil. Os custos advindos da ‘não-qualidade’ nos EUA, por exemplo, ficam entre US$17 a US$29 bi. No Brasil, gasta-se em torno de R$ 12 bi. por ano. É uma torneira aberta”, alertou o especialista.

Essas dificuldades nacionais, ainda segundo dos Santos, são agravadas pelas diferenças regionais. “O Brasil são vários países em um só. As dificuldades maiores são encontradas em alguns centros, e são menores em outras regiões, como em São Paulo, especificamente. O Paraná vem evoluindo na gestão da qualidade. Hoje, é mais observado que existe uma dificuldade de gestão da qualidade em hospitais pequenos e familiares, que ainda não se modernizaram e incorporaram essa ferramenta de gestão. Alguns setores entre outros também estão mais à frente, como as UTIs Neonatais e farmácias, até por suas regras próprias de controle”, avaliou o enfermeiro.

Segundo a responsável pelo Escritório da Qualidade no HU, Ana Cleide Soares Victor, o setor começou a ser efetivamente gestado em 2018, quando uma comissão para avaliação da qualidade foi formada. Dessa época em diante, o grupo, que conta com envolvidos de vários setores do Hospital, conseguiu a estruturação do Escritório da Qualidade, ativo há um ano e meio. “É um compromisso de tornar a qualidade não só um processo burocrático, mas também uma cultura construída por todos no ambiente hospitalar”, afirmou Ana Cleide.

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