Janeiro Roxo é mês de conscientização contra a Hanseníase no Brasil
O mês de janeiro é considerado o mês de conscientização contra a hanseníase no Brasil. O “Janeiro Roxo” é marcado por uma série de campanhas em nível nacional que buscam incentivar as pessoas à prevenção e ao diagnóstico da doença, que é cercada de preconceitos e estigmas, mas tem tratamento acessível pelo SUS.
De acordo com o médico infectologista do Hospital Universitário (HU) da UEM Matheus Marchiotti, do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NVEH), a doença, considerada negligenciada, tem atendimento e acompanhamento ambulatorial feitos nas unidades de saúde - o HU, por se tratar de uma unidade complexa, recebe somente casos mais graves, que podem ser encaminhados também para o Consórcio Público Intermunicipal de Saúde dos municípios da 15ª Regional de Saúde do PR (CISAMUSEP).
Desde 2016, o HU atendeu 7 casos de hanseníase. Nos últimos dois anos, foram 3 casos confirmados, 2 em 2023 e 1 em 2024. Em todos os casos, os pacientes já estavam com a doença mais disseminada e avançada. A hanseníase é marcada por sintomas como lesões na pele, que causam insensibilidade e evoluem para problemas de alteração na coordenação motora. Pode levar, também, em casos mais evoluídos, a acometer os testículos e os olhos. A progressão da doença é bastante lenta, mas o contágio é fácil e é feito por via respiratória.
“A referência nos atendimentos é sempre a UBS, que faz o acompanhamento ambulatorial, como uma tuberculose”, avalia Marchiotti. Em caso de indivíduos com alta carga de bacilos (o transmissor da hanseníase é o Mycobacterium leprae), o tratamento pode ser bastante longo, com durabilidade de até um ano, mas em casos leves, com pouca carga de bacilos, pode levar seis meses, sempre com o uso de antibióticos. “Nós costumamos dizer que, se há mais de 5 lesões, há muito bacilo e, se há menos de 5, há pouco”, considerou o infectologista.
Janeiro Roxo é oportunidade para conscientização sobre prevenção à hanseníase.
Origem milenar
Doença milenar, a hanseníase, antigamente conhecida como “lepra” ou “Mal de Lázaro”, já era uma preocupação da humanidade ainda antes do nascimento de Cristo. No século 6 a.C, no Oriente, os primeiros indícios escritos do surgimento da doença já começavam a aparecer.
A enfermidade surgiu na região e se espalhou pelo mundo com as navegações e por tribos nômades, atingindo a América com a colonização europeia. Os doentes de hanseníase eram destinados a locais de tratamento conhecidos como “leprosários”. Ficavam distantes da sociedade por serem considerados impuros e vítimas de castigos divinos.
No Brasil, a data em lembrança ao combate à doença existe desde 2016. O País é o segundo maior em números de casos novos em todo o mundo, atrás apenas da Índia. Em 2023, o Paraná registrou pouco mais de 400 casos da doença.
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