Hemocentro da UEM oferece tratamento gratuito para pacientes hemofílicos

O caminho entre Astorga (49km de Maringá) e o Hemocentro da UEM já é um velho conhecido de Janaina de Araujo dos Santos. Há 9 anos, ela se desloca da cidade vizinha para Maringá frequentemente para tratar a hemofilia de seu filho Isaac Benjamin, que, desde o nascimento, foi diagnosticado com a doença. Dois anos depois, chegou Lucas Valentin, que também foi diagnosticado com hemofilia, mas mais tarde. Os dois também são pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“No começo, eu vinha toda semana, no início dos tratamentos. Agora, venho de 4 em 4 meses, por aí”, comenta Janaína, que elogiou o atendimento e a presteza dos funcionários do Hemocentro da UEM. “Não tenho do que reclamar de nada, o acolhimento é muito bom”, avalia, transmitindo um conselho valioso para as mães e pais. “É importante observar se tem hematomas e na hora da escovação dos dentes. Eu não sabia, lá atrás, que o Hemocentro daqui era referência”.
Nesta quinta-feira (17), é lembrado o Dia Mundial da Hemofilia, doença hemorrágica hereditária que tem mais de 13 mil portadores, em sua maioria homens. Isso coloca o Brasil no quadro dos 4 países com mais casos de hemofilia no mundo, segundo dados do Ministério da Saúde, do Governo Federal. O tratamento da hemofilia, no Brasil, é quase exclusivamente realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece ampla cobertura, do diagnóstico ao monitoramento dos pacientes por toda a vida.
Segundo o diretor do Hemocentro Regional de Maringá, Gerson Zanusso Jr., o Hemocentro é referência para pacientes hemofílicos da macrorregião Noroeste do Estado. Eles são atendidos desde o diagnóstico oficial ou confirmatório e, após incluídos na lista de pacientes, passam a fazer os exames de monitoramento, sejam clínicos ou exames laboratoriais realizados pelo Laboratório de Hemostasia do Hemocentro. O Hemocentro da UEM dispõe de duas médicas para atendimento de pacientes hemofílicos e atende tanto crianças - como os pequenos Isaac e Lucas - quanto adultos.
“Na rede Hemepar, o Hemocentro desempenha um papel fundamental no monitoramento de sinais e sintomas e na distribuição dos medicamentos, que são disponibilizados pelo Ministério da Saúde”, explica o diretor.
A enfermeira do Ambulatório do Hemocentro Loide Hirle explica que é possível que os pais ou cuidadores percebam logo no início da infância os sintomas da hemofilia. “Se em qualquer batida a criança já forma um galo ou hematoma, pode ser sintoma. Se há alguém na família com os sintomas, é mais fácil identificar”.
A enfermeira explica que os pacientes têm amostras colhidas e encaminhadas a um laboratório. Identificando que as condições de sangramento são maiores do que um indivíduo normal, o paciente inicia o tratamento. “É um tratamento individualizado, pois cada um responde de uma forma. Hoje, trata-se com a profilaxia. Há alguns anos, o tratamento iniciava depois do sangramento, e hoje é o contrário: a ideia é evitar os sangramentos. O paciente, na medida em que cresce e começa a entender, começa a fazer a auto infusão. Aí nós orientamos a respeito da lavagem de mãos, preparo de medicação e tudo mais”.
Reportagem: Willian Fusaro.Disponível no site de Notícias da UEM.
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