Julho Amarelo acende alerta para cuidados contra hepatites virais


Julho Amarelo é o mês de conscientização sobre hepatites virais, doença que acomete mais de 700 mil pacientes no Brasil, entre 2020 e 2023, segundo dados do Ministério da Saúde (MS). A campanha coincide com o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, celebrado em 28 de julho, e foi instituída pela Lei nº 13.802/2019. A doença, que tem cinco tipos predominantes no mundo (A, B, C, D e E), tem a prevalência do tipo A no país, seguido dos tipos B e C.

No Hospital Universitário (HU) da UEM, há duas portas de entrada para o paciente de hepatite viral, que vem sempre encaminhado por uma Unidade Básica de Saúde (UBS): os ambulatórios de Hepatologia e Infectologia. Segundo o coordenador do Ambulatório de Hepatologia, o médico hepatologista Écio Alves do Nascimento, o ambulatório atende de 15 a 20 pacientes por semana, parte deles doentes de hepatite que desenvolveram cirrose por hepatite B ou C (o tipo A é autolimitado e geralmente benigno). Ambos, B e C, são crônicos e transmitidos principalmente por via sanguínea, mas também por via sexual e perinatal, como no caso do tipo B. 

Os atendimentos são sempre agendados, realizados às quintas-feiras, das 14h às 18h. Já no Ambulatório de Infectologia, os atendimentos são realizados às sextas, também no período da tarde. Entre os pacientes atendidos, ressalta Nascimento, um é sempre um caso novo. O ambulatório também atende pacientes com outras doenças, como esteatose hepática (gordura no fígado).

Tratamento a custo zero

O hepatologista do HUM ressalta que, no Brasil, o tratamento de hepatite viral é 100% realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No HUM, os exames também são gratuitos, feitos pelo Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (LEPAC). “O tratamento de hepatite B, por uma via particular, pode ter um custo muito alto, de mais de R$1 mil mensal. O da hepatite C pode chegar a mais de R$100 mil. São tratamentos inacessíveis para a maioria da população brasileira”, completa Nascimento.

Assim como o tratamento, a vacinação também deve ser levada a sério pela população, pois é a melhor forma de prevenção à hepatite B, que é, também, o tipo mais prevalente no mundo, além de ser altamente contagiosa. Para o tipo C não há imunizante disponível ainda. O tratamento da hepatite B, que não tem cura, consiste na administração de antivirais, além de acompanhamento médico contínuo.

Esses pacientes devem evitar o consumo de álcool, não compartilhar objetos de uso pessoal e de higiene e investir em uma dieta saudável, com alimentos nutritivos e com baixos índices de gordura. É importante, também, apostar na hidratação constante. 

O tratamento da hepatite B, se feito corretamente, pode controlar infecções e retardar o avanço da doença, assim como a letalidade. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2000 e 2022, foram registrados quase 20 mil óbitos pela doença, mais de 2 mil deles só no ano de 2022.

Reportagem: Willian Fusaro.
Disponível no site de Notícias da UEM.

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