CIATox registra aumento de casos de acidentes com escorpiões em 2025


O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) do Hospital Universitário (HU) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) registrou, entre os meses de janeiro e agosto de 2025, cerca de 100 casos a mais de acidentes envolvendo escorpiões por mês, comparando com todo o ano de 2024. Segundo projeções, o ano de 2025 deve fechar com 35% mais casos do que o de 2024.

Os dados do setor, que atende a casos de intoxicação envolvendo animais peçonhentos, intoxicações por medicamentos, produtos químicos e outros agentes tóxicos presentes principalmente em residências em toda a 15ª Regional de Saúde, demonstram que o momento é de atenção para as circunstâncias que chamam animais peçonhentos, como escorpiões e aranhas.

De acordo com a coordenadora do CIATox de Maringá, Márcia Guedes, de janeiro a dezembro de 2024 foram registrados 1393 acidentes com animais peçonhentos, entre os quais 842 por escorpiões. Em 2025, os números apontam, só entre janeiro e agosto, 1004 casos de acidentes com animais peçonhentos, dos quais 767 por escorpiões. “Nessa proporção, tivemos um aumento de mais ou menos 100 casos mensais envolvendo esses acidentes”, ponderou a coordenadora do setor.

Os fatores que propiciam aumento de casos são vários, entre eles o desconhecimento das pessoas em relação aos cuidados e prevenções. “Esses animais, que se alimentam de outros insetos pequenos, principalmente baratas, costumam aparecer com frequência em ambientes sujos, com entulho e mato alto. Portanto, cuidar dos terrenos e quintais, ainda mais em épocas chuvosas, é essencial para combater a alta de casos”, comentou Márcia.

A limpeza de quintais e terrenos deve ser constante e feita com equipamento protetivo, como luvas, botas e calças longas, para evitar acidentes. Dentro de casa, é importante ter cautela ao calçar sapatos, na hora de deitar e quando for utilizar colchas ou edredons. A famosa “batidinha” nos calçados pode evitar acidentes, principalmente envolvendo escorpiões e aranhas, que também se refugiam em lugares escuros e úmidos. Outro ponto importante é vedar bem ralos e caixas de gordura, pelos quais o animal pode entrar na residência - escorpiões escalam e perambulam por encanamentos, mesmo em andares bem altos.

Márcia Guedes explica que é difícil combater os escorpiões porque eles se reproduzem por partenogênese - ou seja, a fêmea não necessita de um macho para se reproduzir. As fêmeas, a depender das espécies - os tipos mais frequentes são preto, marrom e amarelo, sendo os dois últimos os com maiores evidências epidemiológicas e casos mais graves -, podem se reproduzir duas vezes por ano. As ninhadas podem ter até 25 filhotes de escorpião por vez.

Como procurar o CIATox 

O CIATox do Hospital Universitário é referência para 32 municípios da 15ª Regional de Saúde do Paraná, junto de outros centros espalhados pelo estado - Londrina, Cascavel e Paraná, situado em Curitiba. O serviço atende presencialmente, com entrada pelos setores do hospital, e também por telefone, por meio dos telefones (44) 3011-9431 ou (44) 3011-9127.

Em caso de um acidente com escorpião, os sintomas podem ser variados, a depender do animal e da vítima. Em casos leves, podem surgir dores e amortecimento leve no local da picada; em casos moderados, dor intensa, vômitos ocasionais, suor, agitação, taquicardia e hipertensão arterial; casos graves são característicos por dor intensa, suor e vômitos intensos, acompanhados de pulso lento, falta de ar intensa e choque, em muitos casos podendo ser fatal. Atenção especial deve ser dirigida a menores de 7 e a maiores de 60 anos de idade. 

Ainda nesses casos, é fundamental lavar bem o local da picada com água e sabão. Outro ponto é realizar a captura do animal, com segurança, levando-o em um recipiente vedado para que seja identificado no serviço de saúde. Em seguida, é recomendado buscar ajuda imediatamente em uma unidade de saúde. O uso do soro antiescorpiônico não é necessário em todos os casos de acidentes, a depender do quadro do paciente.

Serviço

Centro de Assistência e Informação Toxicológica (CIATox)
Telefones: (44) 3011-9431 ou (44) 3011-9127
Endereço: Av. Mandacaru, 1590, Parque das Laranjeiras - Hospital Universitário Regional de Maringá - Maringá/PR

Reportagem: Willian Fusaro
Disponível no site de Notícias da UEM.

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