Campanha Dezembro Vermelho foca no combate ao HIV/AIDS

 


Dezembro Vermelho é a campanha nacional de combate ao HIV/AIDS e a outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). O mês de dezembro é escolhido por conta do Dia Mundial de Luta contra a AIDS, lembrado em 1º de dezembro. A campanha busca prevenir a disseminação das infecções por ISTs, em especial a AIDS. Embora o Brasil tenha constatado nos últimos dez anos uma diminuição de cerca de 25% na mortalidade pela doença, o Governo Federal ainda contabiliza cerca de 10 mil óbitos anuais. As principais causas são diagnóstico tardio e abandono de tratamento.

De acordo com o Infectologista Cesar Helbel, o Hospital Universitário da UEM atua como unidade de internação para complicações decorrentes da doença, o que, com o passar dos anos, tem se tornado fato cada vez mais raro devido ao avanço do tratamento e da melhora da percepção sobre a doença. “Hoje em dia, é inaceitável alguém morrer de HIV, diante do tratamento muito facilitado, que foi encarado seriamente como política pública”, ressaltou. Os números de atendimentos em 2025 comprovam: foram diagnosticados no Hospital 11 casos de HIV positivo em adultos e dois em crianças, contabilizando somente 13 infectados.

O médico avalia que, nas últimas décadas, a ampliação do acesso ao tratamento, a melhora na percepção sobre a doença e seus riscos e a evolução tecnológica dos tratamentos em si. Atualmente, o tratamento de HIV positivo é feito pela ingestão de um a dois comprimidos de antirretrovirais diários, algo impensável há 30 anos, quando pacientes ingeriam uma quantidade enorme de comprimidos (o chamado “coquetel”) para controlar a doença, ocasionando uma série de efeitos colaterais que impactavam na qualidade de vida. A redução da quantidade de medicamentos impactou, também, na adesão ao tratamento.

O HIV alcançou um status de preocupação global no início dos anos 1980, porém a circulação do vírus já existe no mundo desde o século 19. A origem remonta à África, por meio de chimpanzés infectados, localizados na África Central. 

Mais de 40 anos depois, o vírus ainda segue como uma preocupação de saúde pública no Brasil: dados de 2023, do Governo Federal, apontam que há cerca de 900 mil indivíduos convivendo com o vírus, entre os quais metade ainda não diagnosticada. Este é o principal ponto, na opinião do infectologista, para o qual a saúde pública deve se voltar, principalmente no que diz respeito a populações com “comportamentos de risco”. Hoje, não existem grupos de risco para HIV, mas “comportamentos de risco” que, se incentivados, aumentam a probabilidade de pegar o vírus. Por anos, a associação de “grupos de risco” cultivou preconceitos com algumas populações, em especial à população LGBTQIAPN+.

“Podemos dizer que quem pratica relações sexuais sem preservativos ou Profilaxia Pré-Exposição (PREP) já está praticando um comportamento de risco, tanto para o HIV quanto para outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)”, ratificou Helbel. Apesar do avanço em décadas, ainda existe certa relutância em equipes de saúde em pedir teste de HIV para pacientes como uma medida de rotina. “O pedido do exame ainda é visto como algo desnecessário. As pessoas se espantam, mas isso deveria ser encarado como normal. Testagem repetida é medida de prevenção também”.

Reportagem: Willian Fusaro
Disponível no site de Notícias da UEM.

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